Por Eleni Kronka
Jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.
O varejo de cama, mesa e banho é essencialmente abastecido pela produção nacional. E apresentou sinais de crescimento entre 2018 e 2022, quando o isolamento social provocado pela pandemia motivou o consumidor a valorizar aspectos da própria casa.
O mercado de moda casa é expressivo, no mundo e no Brasil. Nos últimos três anos, aliás, tudo o que se refere ao ambiente do lar ganhou especial destaque. A pandemia e o isolamento social alteraram – e muito – a rotina de todos. A casa tornou-se o centro do dia, do trabalho, dos estudos e da própria vida.
Neste contexto, setores como o da moda casa foram impactados, e de maneira positiva. Os efeitos das mudanças foram detectados no elo final, onde consta a relação do ponto de venda e o consumidor final.
O IEMI – Inteligência de Mercado fez um detalhado levantamento por meio do Estudo Canais de Varejo de Cama, Mesa e Banho 2023 que acaba de ser lançado. O trabalho traz nuances sobre este importante segmento do varejo.
Comportamento de mercado
As tendências estéticas seguiram por caminhos de conforto e valorização de elementos orgânicos – quanto ao design, à cartela de cores e à composição dos artigos. De alguma forma, a moda casa enveredou por trajetos muito próximos aos seguidos pelo vestuário.
O consumidor, por sua vez, esteve atento às tendências com a intenção de valorizar o ambiente doméstico e de trabalho. A expectativa é que este olhar continue como hábito adquirido.
Fabricantes e o próprio varejo fazem esta aposta e já colhem resultados. O mais recente levantamento do IEMI mostra que, em 2022, o varejo brasileiro de cama, mesa e banho movimentou um total de 710,5 milhões de peças. O faturamento neste período foi de R$ 26,4 bilhões. Considerando que este mercado é majoritariamente dominado por fabricantes nacionais, a participação dos importados ainda é pequena, representado quase 15% em 2022.
E do total movimentado no varejo deste nicho, o destaque é para as linhas de cama e banho, que representam 94,2% do total comercializado em valores. Tal desempenho, aliás, tem se verificado, com poucas variações, ao longo dos últimos cinco anos, segundo os analistas do IEMI.
O estudo também detectou que, de 2018 e 2022, houve crescimento de 23,0% no volume de vendas no varejo de cama, mesa e banho. O destaque, neste sentido, fica para as linhas de artigos de cama (que teve aumento de 22,4%) e banho (crescimento de 19,3%).
Conheça os estudos IEMI para o mercado de cama, mesa e banho.
Perfil do varejo
A pesquisa realizada pelo IEMI aponta que o Brasil hoje conta com 32,7 mil pontos de venda em todo o território. Deste total, 24,2 mil são estabelecimentos especializados no segmento de cama, mesa e banho.
Outra característica do setor é o modelo predominantemente caracterizado como lojas de rua (89,2%). O restante 10,8% estão alocados em shopping centers. Apesar dos números expressivos, nos últimos cinco anos, houve um encolhimento de 8,9% no número de pontos de venda dedicados à moda casa no país.
Os principais pólos de distribuição de varejo deste setor estão basicamente concentrados nas regiões Sul e Sudeste, que detêm a fatia de 67,2% das lojas de artigos de cama, mesa e banho no Brasil. O Estado de São Paulo lidera o ranking, com 24,9% do consumo nacional.
Vale lembrar que, juntas, as regiões Sul e Sudeste abarcam mais da metade do total de 32,7 mil pontos de venda de varejo que o Brasil possui.
Em termos de faturamento, o público das classes B e C, que responde por 66,8% do consumo de artigos de cama, mesa e banho, teve também maior peso no quesito “faturamento”. Na região Sudeste, o consumidor B/C movimentou valores na casa de R$ 8,2 bilhões na aquisição de artigos deste segmento.
Para obter informações atualizadas e necessárias para os negócios, acesse o Estudo Canais de Varejo de Cama, Mesa e Banho 2023 e o site iemi.com.br/linha-lar.