Por Eleni Kronka
Jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.
Artigo com importante peso no desenvolvimento de produtos e coleções, a malha produzida pela indústria têxtil brasileira merece destaque no quesito das exportações, sobretudo no balanço do setor em 2022.
A malha é sem dúvida elemento-chave na indústria da moda contemporânea. Originária do tricô manual, a técnica evoluiu ao longo da história. Na etapa contemporânea, com os altos investimentos em tecnologia, surgem equipamentos que mudaram os rumos da produção.
A fiação também tem importante participação no conjunto das mudanças. A partir da combinação de fios – naturais, artificiais e sintéticos –, e da construção dos artigos, criadores têm acesso a materiais que superam muito os padrões convencionais da malharia.
Produzida em máquina circular ou de urdume, simples ou dublada, a malha, por sua importância dentro do contexto da indústria têxtil nacional, mereceu pesquisa exclusiva por parte do IEMI – Inteligência de Mercado. O Estudo Mercado Potencial de Tecidos de Malha traz um detalhado levantamento sobre o desempenho do setor.
Trajetória do setor
Sob o impacto da crise sanitária da Covid-19, a partir de 2020, a indústria nacional, que vinha em crescimento, passou por importante oscilação.
Os analistas do IEMI destacam que, em 2022, o Brasil passou a ter 627 indústrias neste segmento, o que significa alta de 2,1% em relação a 2018, quando havia 614 unidades fabris. Este contingente de empresas foi responsável pela produção de 452,0 mil toneladas de malhas em 2022, contra as 483,5 mil toneladas fabricadas em 2021.
O faturamento das indústrias malharias, por sua vez, atingiu o patamar de R$ 17,9 bilhões em 2022, contra R$ 18,5 bilhões em 2021.
Neste sentido, o consumo aparente (equivalente à soma entre o volume produzido no País e o de artigos importados, subtraídas as exportações) foi de 579,6 mil toneladas em 2022. No entanto, a cifra representa uma queda de 5,1% em relação ao consumo aparente registrado em 2021.
Destino da produção
Segundo o estudo realizado pelo IEMI, o principal canal de escoamento da produção de tecidos de malha, em 2022, com o setor da confecção. Para este segmento foram destinados 57,9% do volume fabricado pela indústria nacional. Assim mesmo, o consumo de malhas por parte da confecção registrou queda de 5,4%.
Em termos de negócios, as vendas de malhas para a confecção representaram para a indústria 62,7% do montante faturado em reais.
A pesquisa realizada pelo IEMI dá conta de que o mercado externo, como canal de distribuição da produção de tecidos de malha, em reais, assinalou aumento de 10,8% em 2022. Ainda segundo o estudo, no período de 2018 a 2022, as vendas ao mercado externo cresceram mais de 158%.
Ainda em relação ao mercado externo, do total em tecidos de malha importado pelo Brasil, quase 90% veio da China. Na direção inversa, o maior importador dos artigos brasileiros de malha, em 2022, foi a Argentina, que adquiriram 40% do volume exportado pela indústria nacional.
Obtenha mais detalhes acessando o Estudo Mercado Potencial de Tecidos de Malha e o site iemi.com.br/textil