Por Eleni Kronka
Jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.
A produção de vestuário no Brasil tem hoje na dianteira a moda íntima e as coleções femininas. Estes são segmentos que têm resistido às pressões que produzem queda nos volumes de fabricação.
O IEMI – Inteligência de Mercado tem abordado neste espaço aspectos sobre à evolução da indústria do vestuário. São dados que impactam nos negócios do setor como um todo. Falamos sobre cifras do mercado mundial, bem como abordamos o desempenho da produção local.
No sobe e desce dos números, conta muito a análise do time do IEMI, que decodifica e contextualiza as informações, visando à tomada de decisões. Neste sentido, o Estudo sobre o Mercado Potencial de Vestuário, Meias e Acessórios no Brasil 2024 traz uma abordagem específica sobre os segmentos que se destacam no rol da produção nacional.
Os dados referem-se a 2023, apontando o desempenho das diferentes áreas. A base de dados parte do resultado alcançado nesse ano, que representou aumento de 4,9% nos valores de produção de vestuário sobre o total de 2022.
O volume de peças fabricadas pelas confecções brasileiras apresentou leve queda de -1,7% entre 2022 e 2023. Porém, entre 2019 e 2023, houve queda de 14,9% neste importante quesito da produção. Importante considerar o impacto da pandemia neste período.
Segmentação da produção
Na avaliação realizada pelo IEMI, dez segmentos são acompanhados de perto. São eles: roupa casual, lingerie (dia e noite), roupa esportiva, meias, jeanswear, moda praia, roupa social, roupa de inverno, roupa profissional e acessórios.
Em 2023, as roupas casuais representaram quase 40% da produção de vestuário no Brasil, considerando que a soma de todos os segmentos chegou a mais de 5 bilhões de peças. E este segmento apresentou queda de -1,6% contra o ano anterior.
Já a série de roupas íntimas e roupa para dormir contribuem com mais de 15% do volume de peças, foi um dos únicos segmentos que apresentaram crescimento em relação ao ano de 2022, com 0,7% de alta.
Importante ressaltar que, entre todos os setores, os que sofreram maior queda na produção foram: acessórios (redução de 7,2%), roupa social (queda de 6,4%) e jeanswear (2,4%).
Masculino, feminino e infantil
Na série histórica dos últimos cinco anos, a produção dos segmentos masculino, feminino e infantil apresentou relativa estabilidade, com destaque para linhas femininas.
Em 2023, as roupas femininas ficaram com a fatia em volume de 56% sobre o total produzido naquele ano. As linhas masculinas corresponderam a 40% da produção, enquanto o infantil ficou em 4% do total.
Estabilidade do plus size
No que diz respeito à fatia correspondente a cada grupo, o destaque é para as roupas para adultos. Linhas femininas respondem por 43% do total da produção, enquanto o masculino corresponde a 31%.
As roupas infantis para meninas contribuem com mais de 10% do total, a produção do infantil masculino chega a 8%, enquanto a linha bebê responde por um pouco mais de 4% da produção.
A pesquisa do IEMI chama a atenção para a representatividade do plus size que, por enquanto, detém 3,4% do total produzido e segue praticamente estável desde 2019.
Conheça os estudos IEMI para o mercado têxtil e confeccionista.
Desempenho do feminino
No universo da moda feminina, é amplo o espectro de marcas dedicadas a atender ao público, mesmo àquele mais adepto da exclusividade e da moda autoral. Este é o propósito da estilista Cris Barros, que em 2002 criou sua marca homônima, apostando na identidade marcante, feminina e moderna, com modelos fluidos e bem construídos. Em 2016, a marca se associou ao Grupo Soma, mantendo a proposta baseada no tripé design, inovação e exclusividade.
Como complemento para o Inverno 2024, Cris Barros idealizou a coleção cápsula Valentines, lançada em junho, a propósito do Dia dos Namorados. A proposta tem por tema “Gênesis – A Origem da Criação” e é criada a partir de materiais nobres e estamparia autoral.
Assim como nas demais marcas do grupo, o DNA de Cris Barros é preservado, com a presença da estilista à frente das coleções. A marca traz para a estação vestidos e conjuntos versáteis, compostos por calças e camisas com estampa exclusiva, além da saia tulipa. Veludo preto e vermelho aparece em vestidos drapeados, com detalhe de decote nas costas.
Para obter mais dados sobre o universo da confecção de vestuário no Brasil, com informações contextualizadas com o cenário macroeconômico, acesse o Estudo sobre o Mercado Potencial de Vestuário, Meias e Acessórios no Brasil 2024 e acesse o site iemi.com.br/vestuario.