Por Eleni Kronka
Jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.
Até que ponto os dados demográficos podem impactar no consumo e na configuração do mercado de vestuário? Respostas para estas e outras questões constam do mapeamento feito pelo IEMI.
O consumo de vestuário está diretamente ligado aos dados demográficos, funcionando como indicadores das transformações ocorridas nos diferentes estratos da população. O Censo realizado no país em 2022, por exemplo, mostra que a pirâmide etária brasileira passa por momento de transição.
Nesta perspectiva, o levantamento do IBGE a caracteriza como “pirâmide adulta”. Isto é, hoje há maior concentração de pessoas na faixa entre 20 e 59 anos. Por um lado, o resultado mostra o “envelhecimento” da população. Por outro, mostra que a maioria dos brasileiros encontra-se em fase economicamente ativa.
O Estudo do Mercado Potencial de Vestuário, Meias e Acessórios 2024 lançado pelo IEMI – Inteligência de Mercado traz, por meio de minuciosa interpretação, as possíveis implicações que a atual configuração da pirâmide populacional pode trazer para o setor.
O time de analistas do IEMI lembra que os dados referentes a 2019 mostravam que o Brasil era composto por 201 milhões de habitantes. A renda per capita anual era de R$ 36,8 mil. Ao longo dos últimos cinco anos, houve pequeno aumento populacional.
Assim, a renda per capita apresentou aumento em todos os anos, indicando crescimento de 45,4% no mesmo período. Assim, a renda por habitante passou a ser de R$ 53,14 mil em 2023.
Consumo de vestuário por poder de compra
A análise das informações realizadas pelo IEMI indica que o consumo de vestuário no Brasil concentra-se nos públicos com classificação B/C de poder de compra.
Quando considerados os públicos A e B, a soma corresponde a 24,8% da população brasileira. Quanto ao consumo, os dois grupos respondem, no conjunto, por 52,4% do que é adquirido de forma geral.
Já os públicos C e D/E representam 75,2% da população. Mas, quanto ao consumo, ficam com a fatia de 47,6% do que é adquirido.
Distribuição dos pontos de venda no território
Os analistas do IEMI chamam atenção para a configuração do mercado potencial. Para isto, leva em conta dados como o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e número de pontos de venda presentes em municípios de diferentes portes.
Conheça os estudos IEMI para o mercado têxtil e confeccionista.
Chama a atenção o fato de que, ainda que existam 5.570 municípios no país, o mercado de vestuário, incluindo roupa íntima, meias e roupa para dormir, concentrou-se em 11,8% das cidades. Ao todo, são 657 municípios, com população acima de 50 mil habitantes.
Em tais municípios residem mais da metade da população, responsável por 87,9% da demanda potencial de vestuário em geral. Outro detalhe que mostra a dimensão e o potencial destes locais verificados é que nestas cidades estão 71,1% das lojas especializadas em vestuário no País.
Lideranças do setor no território
O mapa do consumo de vestuário no Brasil composto com base nos dados levantados pelo IEMI, referentes a 2023, delineia o ranking referente aos pontos de venda. A região Sudeste lidera, tendo São Paulo como carro-chefe, seguido por Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Destacam-se também as regiões Sul de Nordeste, com especial atenção para o estado de Pernambuco.
O ranking de consumo de vestuário propriamente muda pouco. Neste sentido, os dez estados líderes são: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Goiás, Pernambuco e Pará. Vale lembrar que é muito grande a diferença de percentual que detêm os nove colocados que vêm a seguir do mercado líder, que é São Paulo.
Estas e outras informações fazem parte dos mais recentes Estudos de Mercado lançados pelo IEMI e estão também no site iemi.com.br/vestuário.