Por Eleni Kronka
Jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.
No segmento de roupas esportivas, os uniformes são a principal linha com números positivos nos últimos cinco anos. O setor é predominantemente marcado pelo emprego de malhas no desenvolvimento dos produtos.
Não é somente na arena olímpica que os esportes estão em evidência. O mercado de roupas esportivas vive um momento de recuperação após o embate travado, nos últimos quatro anos, com a pandemia.
A recuperação é lenta, como mostra o estudo Mercado Potencial de Moda Esportiva, Fitness e Praia no Brasil 2024, realizado pelo IEMI – Inteligência de Mercado. Ao mesmo tempo, há sinais de que o segmento no Brasil possa recuperar marcas já conquistadas; ainda que a meta seja ultrapassá-las.
O setor nacional é composto por 2,5 mil unidades produtivas, segundo dados consolidados para 2023 e referendados pelo IEMI. O faturamento atingido pela indústria no mesmo período foi de R$ 23,2 bilhões, ou 3,4% a mais do que no ano anterior, em valores nominais.
A produção de roupas para prática esportiva e fitness chegou a mais de 638 milhões de peças, o que significa queda de 0,8% sobre 2022. Os importados representaram 740 mil peças, ou 60% a mais do que o volume do ano anterior. Na soma, o mercado nacional recebeu 639 milhões de peças de roupas, entre esportivas e fitness.
Insumos da produção
As exigências quanto aos materiais são muitas, assim como o cuidado na confecção da peça, o que inclui modelagem, costura e escolha de aviamentos. Na análise da produção, o detalhado levantamento do IEMI verificou que, entre 2019 e 2023, o predomínio do tecido de malha, que representou 68,9% do total. Já os tecidos planos absorvem uma fatia de 31,1% da produção em peças no mesmo período.
Ambos, contudo, registraram queda no volume total de produção na comparação de 2023 sobre 2019. Os tecidos planos estiveram presentes em 31,1% de um total de 198,67 milhões de peças, enquanto as malhas foram utilizadas na fabricação de 439,81 milhões de peças (68,9% do total). Com isto, neste intervalo de cinco anos, houve queda de 10,8% na utilização de tecidos planos e de 9,4% no emprego de malhas dentro do setor.
Conheça os estudos IEMI para o mercado têxtil e confeccionista.
Uniformes esportivos alavancam produção
No mesmo período de 2019 a 2023, considerando a pandemia, a produção de artigos da linha esportiva e fitness sofreu a significativa queda de mais de 10%. Os uniformes esportivos aparecem como único item em destaque, com alta de quase 5% no intervalo assinalado. A maior queda é atribuída à produção de bermudas em volume de peças, estimada em mais de 35%.
No que diz respeito a valores, o estudo do IEMI verificou alta de 5,3% do faturamento total do setor, em termos nominais. Entre os produtos, tops e uniformes escolares ficaram com as maiores altas, sendo de 31% e de 17,1%, respectivamente.
Também em termos de valores, o menor faturamento dentro do período recai sobre o item bermudas, com 36,2% de queda. Já o top foi destaque, com performance positiva de 31%. Assim, em 2019 o faturamento por parte das empresas somou R$ 22 bilhões, subindo para R$ 23,2 bilhões, em termos nominais, em 2023.
Para obter dados que contribuem para o planejamento de negócios neste segmento da moda, acesse o estudo Mercado Potencial de Moda Esportiva, Fitness e Praia no Brasil 2024 e o site iemi.com.br/vestuario.