Tecidos de malha predominam na produção de vestuário

Tecidos de malha predominam na produção de vestuário

Por Eleni Kronka

Jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.

Apesar da redução de 14% na produção de peças de vestuário de malha nos últimos 5 anos, os tecidos de malha predominam na produção dos artigos confeccionados. Neste segmento, não faltam investimentos de grandes players mundiais.

Dado importante na análise do desempenho do setor do vestuário é o emprego dos artigos para a produção. Segundo levantamento do IEMI – Inteligência de Mercado, os tecidos planos e as malhas respondem pela produção das mais de 5 bilhões de peças em 2023 pela indústria nacional.

O estudo realizado pelo IEMI detalha o emprego de ambos os insumos em cada um dos segmentos da produção de confeccionados. A segmentação por tipo de tecido, mostra, por exemplo, que a malha integra a maior parte da produção, representando quase 70% dos artigos confeccionados. Com diferentes composições, este artigo está presente principalmente nos segmentos de meias (100%), moda praia (99,3%), lingerie dia/noite (94,7%), além dos outros segmentos de vestuário.

Comparativamente, os dados consolidados da indústria do vestuário em geral no Brasil mostram que quase 3,5 bilhões de peças foram produzidas com tecidos de malha. Já os itens fabricados com tecidos planos somam mais de 1,65 bilhão de unidades.

Apesar da cifra, o estudo mostra que, entre 2019 e 2023, houve a média de 15% de queda no consumo de ambos os artigos. Neste sentido, a participação das malhas caiu 14% no conjunto da produção, enquanto a dos tecidos planos decresceu 16%.

A malha nos segmentos do vestuário

No que diz respeito à produção, as Roupas Casuais destacam-se pelo emprego intensivo tanto da malha quanto dos tecidos planos. Mesmo assim, houve diminuição de 18,5% na produção de roupas de malha do tipo casual. As peças do tipo casual produzidas em tecidos planos, por sua vez, representaram queda de 15,7% no mesmo período de cinco anos.

Nesta análise aprofundada, o IEMI considera segmentos como: roupa casual, roupa íntima/dormir, meias, roupa esportiva, roupa de praia, roupa de inverno, roupa profissional, roupa social, acessórios e jeanswear. Embora a queda, no conjunto, tenha sido mais de 14%, alguns segmentos chamam mais a atenção. Isto porque a malha, nestes grupos, tem maior expressividade. É o caso da roupa casual, que participa com mais de 24% da produção em peças de malha, considerando 2023.

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Investimento na malha

A malha tem presença importante no portfólio de artigos dos grandes produtores mundiais, seja de confeccionados, seja de matérias primas. Este é o caso da Lenzing, que acaba de estabelecer parceria com a fabricante de malhas Cobalt Fashion. Juntas, investem em novo tingimento sustentável. Trata-se da Ecohues™, tecnologia de tingimento sem água, desenvolvido pela start-up chinesa Exponent Envirotech.

Trata-se de tecnologia que utiliza solvente não aquoso, reciclável, que reduz o uso de água e de corante em, respectivamente, 95% e 40%.

As fibras de liocel e modal da marca Tencel™ e os fios de viscose da marca Lenzing™ Ecovero™ são as primeiras fibras celulósicas de origem vegetal a serem tingidas usando a tecnologia Ecohues™.

A parceria da Lenzing, grande fabricante mundial de fibras à base de madeira, com a Cobalt Fashion, sediada em Hong Kong e com escritório no Reino Unido, possibilita oferecer à indústria um leque de opções. As   alternativas vão da gama de fios coloridos e funcionais às fibras tingidas convencionalmente. O objetivo, segundo os produtores, é mitigar a pegada de carbono e o impacto ambiental da indústria têxtil.

Para mais informações sobre a performance do segmento do vestuário, com abordagens sobre o mercado interno e internacional, acesse o Mercado Potencial de Vestuário, Meias e Acessórios no Brasil 2024 disponível também no site iemi.com.br/vestuário.

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