Por Eleni Kronka
Jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.
O segmento de moda praia dá visibilidade à criatividade brasileira. Porém, o setor segue em busca do equilíbrio, tentando recuperar patamares de produção e vendas anteriores à pandemia.
O segmento de moda praia é, sem dúvida, um dos “passaportes” para empresas e marcas brasileiras ganharem visibilidade e realizarem vendas no exterior. Criatividade e modelagem, neste sentido, contam muito. Com 8 mil quilômetros de litoral e belas paisagens, o Brasil tem experiência de sobra para oferecer.
Se o produto nacional atrai os olhares de quem é de fora, aqui não é diferente, numa equação que justifica os números alcançados pelo setor. É o que mostra o estudo Mercado Potencial de Moda Esportiva, Fitness e Praia no Brasil 2024, lançado pelo IEMI – Inteligência de Mercado.
A apuração do IEMI mostra que a indústria deste segmento conquistou o faturamento de R$ 7,6 bilhões em 2023. A crise sanitária da Covid 19 causou impacto sobre o setor. Mesmo assim, o resultado representa aumento de 6,7% em valores nominais em relação ao ano anterior e quase 9% sobre 2019.
Em termos de volumes, as confecções brasileiras contribuíram com um total de 211,7 milhões de peças, número que ficou 1,6% abaixo do total fabricado em 2022. Este total foi complementado por outras 7,4 milhões de peças importadas – entre maiôs, biquínis, sungas, saídas de praia e shorts, entre outras. E subtraídas as exportações (1,1 milhão de peças), o consumo aparente, que é o volume consumido internamente (218 milhões de peças), sofreu queda de 1% quanto ao ano anterior e queda de 18% em relação a 2019.
O levantamento do IEMI registrou um número consolidado de 1.047 unidades produtivas neste segmento ou, em dados consolidados, 7,6% a mais do que em 2022. Houve sensível queda (3%) no número de trabalhadores, que ficou em 41,8 mil no ano passado.
Resultado dos últimos cinco anos
Entre 2019 e 2023, a produção de biquínis lidera o ranking, ainda que tenha havido queda de 12,1% no período. Em 2019, foram produzidos quase 130 milhões de biquínis, para cerca de 114 milhões de conjuntos em 2023.
Já a categoria das sungas apresentou queda de 30,8% no mesmo intervalo de cinco anos e na linha dos maiôs femininos a queda foi de 8,6%.
As saídas de praia foram outra categoria com queda na produção, da ordem de 24,6%. Shorts e calções apresentaram movimento semelhante de queda de 23,8%.
Conheça os estudos IEMI para o mercado têxtil e confeccionista:
Malhas e tecidos planos
Os artigos empregados na produção também merecem atenção no estudo. O predomínio é da malha, que representa 99,3% do total fabricado entre 2019 e 2023. Aos tecidos planos cabe 0,7% de representatividade.
No mesmo intervalo de cinco anos, a queda no emprego de tecidos de malha foi de 17,3%, já que em 2019 a produção destes artigos alcançou 256,1 milhões de unidades, diminuindo para 211,7 milhões de unidades em 2023. Já a retração no emprego do tecido plano foi de 23,7%.
Bases do setor
O número de unidades de produção de vestuário na linha praia, de 2019 a 2023, revela que houve queda de 5,9% dentro do período. Já a mão de obra empregada teve diminuição mais significativa: 14,6% na série estudada.
Embora verificada em todo o território, a queda mais acentuada foi registrada na região Sudeste, com redução da ordem de 6,7%, seguida pela região Sul, com 5,9%. A região Norte foi a única que manteve a estabilidade. Vale lembrar que são as regiões Sul e Sudeste as principais produtoras e qualquer variação, para cima ou para baixo, representa resultados ora mais, ora menos intensos para a produção como um todo.
Ao considerar o porte das confecções, o levantamento do IEMI aponta estabilidade no efetivo, sejam elas micro ou pequenas, sejam médias ou grandes.
Para ter mais dados relevantes sobre este importante segmento de mercado, acesse o estudo Mercado Potencial de Moda Esportiva, Fitness e Praia no Brasil 2024 e o site iemi.com.br/vestuario