Por Eleni Kronka
Jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.
Os últimos cinco anos – que incluem a pandemia – causaram impacto sobre a produção e comércio no segmento de denim e brins, no Brasil e no mundo. Os volumes da indústria nacional, no entanto, colocam o país entre os 15 maiores exportadores mundiais destes artigos.
Outubro, quando tecelagens brasileiras habitualmente fazem lançamentos durante evento organizado pela Denim City SP, é também ocasião para tratar sobre as potencialidades deste mercado. A ação coincide com a apresentação do estudo Mercado Potencial de Tecidos Índigo e Brim e Vestuário de Jeanswear no Brasil – 2023 elaborado pelo IEMI
Dados estatísticos apresentado neste relatório retratam evolução do mercado nacional nos últimos cinco anos, isto é, dentro do período de 20218 a 2022.
Um dos destaques do estudo é o panorama do denim, brim e jeanswear no plano global. Em 2022, o comércio mundial neste segmento atingiu a cifra de 10,9 bilhões de dólares. No entanto, é importante observar a queda de 4,3% no comércio internacional do denim, enquanto a linha de brins registrou crescimento de 8,9% em relação a 2021.
Panorama mundial
Quando se trata das exportações mundiais de denim, esses números alcançaram 4,8 bilhões de dólares em 2022. A China aparece como principal exportador de índigo, detendo fatia de 45,3% do total das exportações em dólares. Paquistão e Índia vêm em seguida, com participações de 12,8% e 10,5%, respectivamente.
O Brasil, por sua vez, posiciona-se entre os 15 maiores exportadores, embora seu faturamento no setor represente apenas 1,3% do montante global movimentado.
Importações em nível mundial
Outro indicador que evidencia a robustez do setor de denim em âmbito global é o volume de importações (em US$), Bangladesh é destaque, com 29,7% das aquisições no mercado internacional, seguido pelo Vietnã, com 8,4% de participação.
No ranking das importações de tecidos índigo, que em 2022 o Brasil ocupa a 63ª posição, com apenas 0,1% do total.
Panorama da produção no Brasil
O volume de produção de tecidos planos no Brasil experimentou uma redução de 8,7% no período de 2018 a 2022, no entanto, o valor total gerado em moeda brasileira aumentou significativamente, registrando um crescimento de 29,4%.
No ano de 2022, o volume de produção sofreu uma queda de 5,8% em comparação com 2021, mas o montante total (em R$) produzido aumentou ligeiramente, atingindo um acréscimo de 0,3%.
Conheça os estudos IEMI para o mercado têxtil e confeccionista:
Ao analisar a produção de tecidos planos de algodão com base em sua construção, observa-se que os tecidos do tipo “telas,” inclusive as versões largas, agora dominam o mercado, representando 30,4% do total. Os tecidos de índigo e brim (sarja) detêm participações de 24,2% e 23,5%, respectivamente, dentro do panorama geral.
De acordo com a pesquisa do IEMI, a produção total foi de 694,2 mil toneladas em 2018, comparada a 646,7 mil toneladas em 2022, resultando em uma queda de 6,8% ao longo desse período.
Entre 2018 e 2022, a produção de índigo em toneladas apresentou uma redução de 7,3%, enquanto a produção de brim caiu 8,1%.
No ano de 2022, em relação ao ano anterior, a produção de índigo registrou uma queda de 6,6%, e a produção de brim sofreu uma diminuição de 7,8%.
Índigo e brim made in Brazil
A pesquisa conduzida pelo IEMI também apresenta informações sobre as propriedades dos tecidos denim e brim fabricados no Brasil, com base em sua largura e peso.
Conforme indicado no estudo, 52,7% da produção desses tecidos possui uma gramatura média superior a 200g/m2. Em contrapartida, 31,8% dos produtos possuem uma gramatura média entre 121 e 200 g/m2, resultando em uma redução (6,2%) na produção de tecidos mais pesados.
Obtenha mais dados e informações sobre o novo Estudo Mercado Potencial de Tecidos Índigo e Brim e Vestuário de Jeanswear no Brasil – 2023 acessando o site iemi.com.br/vestuario