Empresas de médio porte crescem no cenário das roupas profissionais

Empresas de médio porte crescem no cenário das roupas profissionais

Por Eleni Kronka

Jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.

No quadro do desempenho do setor de roupas profissionais, estética, durabilidade e conforto têm tanto peso quanto os números da produção e valores faturados nos últimos cinco anos impactados pela pandemia.

Nos últimos cinco anos, o setor de roupas profissionais no Brasil sofreu impactos significativos, com a pandemia reduzindo tanto a produção quanto o faturamento. De acordo com o mais recente estudo Mercado Potencial de Roupas Profissionais no Brasil 2024, realizado pelo IEMI – Inteligência de Mercado, o segmento apresentou crescimento moderado, acompanhando o desempenho do vestuário em geral. O faturamento do setor em 2023 atingiu R$ 7,8 bilhões, um aumento nominal de 8,1% em relação a 2022, reflexo de uma recuperação após o período pandêmico.

Entretanto, os valores de produção caíram de 2019 a 2023, considerando o preço médio de fábrica sem impostos. Em 2019, a produção totalizava R$ 8 bilhões, mas em 2023 recuou para R$ 7,8 bilhões, uma queda de 3,7%. Essa retração ilustra as dificuldades enfrentadas pelo setor para se recuperar integralmente.

No que se refere aos insumos, a demanda por tecidos planos e malhas também diminuiu. O consumo de tecidos planos caiu de 94 mil toneladas em 2019 para 81 mil toneladas em 2023, uma redução de 13,8%. As malhas, menos representativas no segmento corporativo, caíram 15,5% no mesmo período, evidenciando a adaptação das indústrias às novas condições do mercado.

Perfil dos fabricantes

As empresas de médio porte, com 100 a 499 funcionários, embora correspondam por apenas 2% no número unidades produtoras, assumiram maior protagonismo no volume produzido no setor. Enquanto em 2019 representavam 56% da produção, em 2023 sua participação subiu para 65%. Em contraste, as micro e pequenas empresas perderam espaço, com sua fatia de produção caindo de 24% para 18%, e de 20% para 17%, respectivamente.

O total de peças produzidas também registrou queda. Em 2019, a produção alcançou 219,7 milhões de unidades, enquanto em 2023 esse número caiu para 189,8 milhões, refletindo uma retração de 13,6%. Essa redução acompanha as mudanças na estrutura produtiva do setor, que ainda enfrenta desafios para retomar os níveis pré-pandêmicos.

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Assim, o mercado de roupas profissionais segue em adaptação, buscando recuperar o volume de produção e aprimorar sua competitividade. A análise do IEMI aponta para uma recuperação gradual, mas ainda distante dos patamares anteriores.

Consultora dá dicas sobre uniformes corporativos

Margarete Martins, empreendedora à frente da Moulinè Representações Têxteis (@moulinerepresentacoes), observa que nas últimas décadas os uniformes corporativos passaram por grandes transformações. “Antes, predominavam cores escuras e peças clássicas, em estilo alfaiataria, com combinações tradicionais de blazer, camisa branca e calça ou saia”, recorda. Hoje, segundo ela, há equilíbrio entre formalidade e tendências de moda, refletindo a identidade da empresa. Segundo ela, o desafio é unir funcionalidade, conforto e estilo, considerando o setor em que a companhia atua e a imagem que deseja transmitir, seja ela mais clássica ou arrojada.

Margarete também destaca que, para uma consultora, é essencial entender a dinâmica da empresa antes de fornecer tecidos ou desenvolver os uniformes. “Cada detalhe importa, desde a escolha de tecidos duráveis e confortáveis, que suportem as variadas condições de trabalho e temperaturas, até a praticidade no uso e na conservação das peças”. Uniformes modernos precisam oferecer descontração e liberdade de movimento, especialmente em segmentos onde a atividade física é intensa, como bares, e ao mesmo tempo proporcionar conforto para longas jornadas de trabalho.

Ela também ressalta a importância de tecidos inteligentes, que permitem boa respirabilidade, e a necessidade de fornecer orientações claras sobre a lavagem e conservação dos uniformes. Para ela, o ideal é que o colaborador receba um kit básico com três camisas, duas calças e dois suéteres, facilitando o uso e o cuidado diário.

Para saber mais

O IEMI oferece dados importantes e impactantes, coletados por meio de pesquisas aprofundadas sobre o desempenho do mercado e da indústria de vestuário como um todo. Para saber mais e obter informações que fazem a diferença no plano de negócios, acesse Mercado Potencial de Roupas Profissionais no Brasil 2024 e o site iemi.com.br/vestuario

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