Por Karin Hellen Froehlich (Texplay)
Marketing Business | Branding | Fashion | Innovation.
Como o maior festival de inovação do mundo mostrou que a conexão humana e adoção tecnológica são os caminhos urgentes para o hoje e amanhã.
Em março de 2025, a Texplay esteve em Austin, Texas, para viver o SXSW — o maior festival de inovação, tecnologia e comportamento do mundo. A missão era clara: identificar os movimentos que irão impactar o futuro da moda, da indústria têxtil e do consumo, com uma curadoria exclusiva para o mercado de moda brasileiro.
O que vimos por lá deixou um recado evidente: quem ainda não entendeu que estamos atravessando uma mudança de era está prestes a perder muito mais do que vendas — vai perder relevância.
Mas calma: reunimos aqui os principais aprendizados para te ajudar a se preparar. Se você é confeccionista, empresário, gestor de marca ou atua na cadeia têxtil: esse conteúdo é para você.
O consumidor quer conexão real
No SXSW 2025, ficou claro que estamos vivendo a era da descentralização da influência. Plataformas antes dominantes estão perdendo espaço para criadores de nicho, comunidades fechadas e novos ecossistemas de social commerce.
Para o setor da moda, isso exige uma revisão imediata de como construímos marca, engajamento e vendas. O marketing de massa já não move comportamento — mas sim as narrativas hipercontextualizadas e verdadeiras.
O que fazer? Invista em construir comunidade, aposte em vozes reais e repense o papel dos influenciadores. Sua próxima venda pode vir de um micro influenciador com 3 mil seguidores — desde que ele conecte de verdade com o seu cliente, e você também.
Chega de ter medo da IA: ela vai nos permitir ir mais longe
A inteligência artificial foi destaque em diversos painéis do evento. Mas, ao contrário do que muitos temem, a mensagem principal não foi “as máquinas vão nos substituir”, e sim: as máquinas vão nos permitir ir além. Como afirmou Mike Bechtel, futurista da Deloitte:
“A IA não vai substituir pessoas, mas sim amplificar a criatividade de quem estiver disposto a aprender com ela.”
Na moda, isso já é realidade. Da criação à produção, passando por marketing e vendas, a IA tem ajudado empresas a ganhar tempo, reduzir custos e personalizar experiências. É a IA sendo aplicada principalmente no operacional.
O que fazer? Comece pequeno: use IA para geração de conteúdo, análise de tendências ou atendimento. Você não precisa ser técnico — mas precisa ser curioso.
As marcas do futuro não criam produto; criam valor real
Ouvimos da fundadora da Creative Breed, Cheryl Miller: “Nós nos importamos, nos conectamos e criamos laços com as pessoas, mesmo que sejam diferentes de nós quando elas expressam emoções que também sentimos.” A Geração Z e os consumidores emergentes esperam posicionamento, transparência e propósito real. Marcas que apenas seguem tendências não sobreviverão. As que criam movimento, sim.
O que fazer? Construa um discurso claro, defina valores e reflita: qual transformação você quer provocar no mundo com sua marca?
Conheça os estudos IEMI para o mercado de têxtil e confeccionista.
O consumo está mudando de ritmo — e de prioridade
Nos painéis de comportamento, vimos um movimento claro de desaceleração e reconfiguração do consumo. Mais experiências, menos acúmulo. Mais propósito, menos impulso.
Para o mercado da moda e do vestuário, isso significa rever o ciclo de coleções, fortalecer produtos com vida útil maior, e dialogar com novas narrativas de desejo.
O que fazer? Pense em coleções com mais significado. Aposte em storytelling. Mostre ao cliente o que há por trás da peça — da origem do tecido ao impacto do design.
O futuro não é tech ou humano — É tech e humano
O SXSW deixou um lembrete poderoso: a tecnologia não deve nos distanciar da humanidade, mas nos reconectar com ela. Ian Beacraft, CEO da Signal and Cipher e maior especialista em inteligência artificial do mundo disse: “Passamos por uma mudança de ‘eu sou o que eu sei’ para ‘eu sou como me adapto’. Adaptação é a principal coisa a se considerar hoje”. As marcas que terão sucesso não são as mais automatizadas, mas as que souberem equilibrar inovação com empatia, dados com sensibilidade, velocidade com propósito.
O que fazer? Humanize seus processos. Automatize o que é operacional, mas preserve o olhar humano na criação, na escuta do cliente e na liderança do negócio.
A moda que vende é a que se move
Estar em Austin foi como enxergar o presente pelo retrovisor do futuro. Uma frase de Scott Galloway, professor da NYU ficou na nossa cabeça: “Continuo acreditando nas possibilidades do futuro, porque existem pessoas hoje plantando árvores sob as quais nunca vão se sentar”.
Queremos inovação, mas para isso, não podemos nos prender ao imediatismo. Queremos um time engajado, e para isso é preciso construir relações genuínas. Resultados consistentes não podem ignorar o desgaste mental. Devemos assimilar o poder que ideias diferentes trazem, novas e velhas gerações somam quando em sintonia, a união da tecnologia com a essência do cuidado humano para que possamos seguir evoluindo. E se você quer transformar tudo isso em vantagem competitiva, o momento de agir é agora.
Artigo produzido por Carla C. B. Shork e Karin Hellen Froehlich, idealizadoras Texplay.
Sobre a Texplay
A Texplay é uma comunidade colaborativa de educação para o ecossistema têxtil e da moda nacional, que une conteúdo e prática de mercado para impulsionar pequenos e médios negócios, e profissionais da área. Conheça mais em texplay.com.br.
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