Por Eleni Kronka
Jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.
O segmento de varejo de móveis e colchões dá mostras de que o crescimento do e-commerce, como complemento das vendas físicas, está apenas começando e merece a especial atenção dos empreendedores do setor.
Os últimos cinco anos foram de profunda transformação no comportamento de compra do consumidor. O período de confinamento fez a atenção voltar-se para casa, transformada em local de trabalho e ambiente de estudo. Tudo on-line.
Lojas fechadas por causa da crise sanitária, o consumidor buscou o e-commerce. As empresas, por sua vez, desenvolveram canais próprios ou buscaram market places para dar vazão à produção.
O segmento de artigos para a composição dos ambientes foi um dos que mais se beneficiaram no período, como mostra o Estudo Canais do Varejo de Móveis e Colchões 2023, que acaba de ser concluído pelo IEMI – Inteligência de Mercado.
Destaques do setor
Segundo os dados do IEMI, o varejo de móveis e colchões contabilizou 49 mil pontos de venda em 2022. Deste total, 39 mil são exclusivamente destinados à comercialização de móveis. A localização também impacta nos resultados de venda: 9,7% estão em shopping centers, enquanto os demais 90,2% fazem parte do grupo de lojas de rua.
O detalhado levantamento ressalta que, em 2022, houve aumento de 6,6% no número de pontos de venda em relação ao ano anterior, o que corresponde a um crescimento de mais de 3 mil lojas pelo País.
Em termos de Brasil, as regiões Sudeste e Nordeste são as que concentram a maior porcentagem de estabelecimentos do setor (65,8%). Em termos de volume, o comércio das duas áreas soma 68,3% do consumo de móveis. Mas é no Sudeste, com 49,8%, onde as vendas, em volume de peças, se destacam.
Participação das vendas on-line
O potencial do varejo on-line é notável, conforme dados referentes aos últimos cinco anos. O presente estudo demonstra que, em 2022, o desempenho do faturamento das vendas no varejo físico de móveis e colchões registrou aumento de 2%. Em termos de volume, porém, a queda em lojas físicas foi de 13%.
Conheça os estudos IEMI para o mercado de móveis e colchões.
Já nas vendas on-line, houve crescimento tanto em valor (41%) quanto em volume de peças (6,8%) em 2022 em relação ao ano anterior.
O mesmo varejo on-line, nos últimos cinco anos, apresentou aumento de 338% em faturamento, para um crescimento de 192,5% em volume de peças comercializadas.
Assim, no varejo físico, as vendas registradas em 2021 eram de 411,5 milhões de unidades, número que caiu para 356,9 milhões de unidades em 2022. Já nas vendas on-line, foram de 3,65 milhões (2021) para 3,89 milhões (2022), sendo que em 2018, período pré-pandemia, chegavam a 1,33 milhões de peças vendidas.
Consequentemente, a alta se dá no desempenho do faturamento. Em 2021, o faturamento no varejo físico foi de R$ 103,1 bilhões, subindo para R$ 104,1 bilhões no ano seguinte. Já o e-commerce vem crescendo exponencialmente, subindo de R$ 796,8 milhões (2018) para R$ 2,5 bilhões (2021) e R$ 3,5 bilhões (2022).
Faturamento tem discreta alta
A pesquisa sobre Canais de Varejo de Móveis e Colchões mostra que o varejo brasileiro de móveis – somando lojas físicas e e-commerce – movimentou, em 2022, o total de 361milhões de unidades, para um faturamento de R$ 107,6 bilhões no ano. Esta movimentação caracteriza aumento de 2,0% em valor sobre o montante registrado no ano anterior, na soma das modalidades “lojas físicas e on-line”.
Em termos de importações, o ano de 2022 se encerrou com uma participação da ordem de 2,27% de artigos importados, comercializados no mercado nacional.
Estes e outros dados detalhadamente apresentados estão no Estudo Canais do Varejo de Móveis e Colchões 2023 e no site iemi.com.br/moveis.