Por Eleni Kronka
Jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.
Importante player no mercado mundial e com polos de produção em diferentes regiões do país, a indústria moveleira dá sinais em direção à retomada.
Com as estimativas preliminares, elaboradas neste mês de julho (atualização), sinalizando de crescimento de 0,3% para o ano de 2023, o setor de móveis no Brasil registra tendência à recuperação no período pós-pandemia. O dado positivo vem da pesquisa sobre o Mercado Potencial de Móveis em Geral realizada pelo IEMI – Inteligência de Mercado.
O estudo informa que, dentro da perspectiva de alta, a indústria nacional de móveis deverá encerrar 2023 com uma produção de 368,2 milhões de peças. Já em termos de valores, o montante chegará a R$ 68,4 bilhões até o fim do ano, o que representa uma alta de 4,5 %, desconsiderando a inflação do período.
São interessantes as informações gerais sobre o setor, que mostram o seu perfil e as suas potencialidades. Os dados indicam oscilações como também o empenho pela retomada.
Perfil em detalhes
Em 2018, eram 18,5 mil empresas dedicadas à fabricação de móveis no Brasil, contingente que caiu para 18,1 mil, em 2019. E continuou em queda tanto em 2020 (17,6 mil) como em 2021 (17,5 mil). O fechamento de empresas neste período, vale lembrar, coincide com o momento mais crítico da pandemia da Covid-19.
No entanto, em 2022, o número de empresas fabricantes volta a subir, chegando ao expressivo patamar atual de 18,8 mil, superando o cenário anterior à crise sanitária.
Conheça os estudos IEMI para o mercado de móveis e colchões.
Produção na busca pela recuperação
Em 2018, a indústria brasileira de móveis produziu 402,5 milhões de peças, com crescimento para 403,1 milhões em 2019. Em 2020, momento mais crítico da pandemia, o volume fabricado cai para 395,9 milhões, subindo novamente para 405,3 milhões em 2021. A produção ficou em 367,1 milhões de peças em 2022, com a estimativa de alta de 0,3% notificada pelo estudo do IEMI para 2023.
As exportações, por sua vez, seguiram em ritmo crescente desde 2018 (18,25 milhões de peças), 2019 (19,15 milhões), 2020 (19,9 milhões), com um pico em 2021 (28,6 milhões), para uma nova acomodação em 2022 (20,6 milhões).
Dormitórios em destaque
A indústria de móveis também tem os seus best-sellers. No caso brasileiro, os principais itens vendidos são os móveis para dormitórios, que constituem a maior fatia da produção. Em 2022, apesar da queda de 8,6%, representaram 34% do volume de peças fabricadas.
A cama de casal continua sendo um dos principais produtos desta linha. Isto acontece mesmo com a queda de quase 12% – que foi uma das mais importantes no período para o setor –, no que se refere volume produzido em 2022. Mesmo assim, os dormitórios não perdem a relevância neste mercado.
Valores sinalizam nova retomada
Os valores comercializados pela indústria moveleira no país vieram em crescimento. Passaram de R$ 57,9 bilhões, em 2018, para R$ 68,0 bilhões em 2021, caindo para R$ 65,5 bilhões em 2022. E seguirá em movimento de alta, como apontaram as estimativas preliminares do IEMI, finalizando 2023 em R$ 68,4 bilhões.
As exportações também crescem, em volumes e valores. A indústria local comercializou com diferentes mercados mundiais US$ 617,8 milhões em 2018, valor que subiu para US$ 626,0 milhões em 2019. O faturamento com vendas externas caiu para US$ 610,7 milhões em 2020, saltou para US$ 914,5 milhões em 2021, com ligeira queda para US$ 810,2 milhões em 2022.
Vale lembrar que o Brasil é importante player no cenário mundial da produção e exportação de móveis, ocupando a 27ª posição.
Para obter outros dados sobre o setor moveleiro nacional, importantes para ações e decisões estratégicas, acesse o Estudo do Mercado Potencial de Móveis em Geral 2023 e o site iemi.com.br/moveis.