Por Eleni Kronka
Jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.
Da moda à construção civil, da indústria automobilística ao setor médico-hospitalar, nãotecidos e tecidos técnicos compõem uma infinidade de produtos. Mesmo sem que ser notados, garantem segurança, conforto e durabilidade de artigos, bem como a produção de importante segmento da indústria.
A ampla possibilidade de uso de nãotecidos e tecidos técnicos em segmentos industriais muito diversos, de certa forma, garante a demanda por estes produtos. A extensa aplicabilidade dos artigos vem, logicamente, pautada por investimentos tecnológicos permanentes por parte deste setor da indústria.
Trata-se de artigos que estão tanto na produção de artigos para uso domésticos como também no invólucro e conservação de alimentos. É este, aliás, o principal segmento de atuação dos nãotecidos, consumindo 25,4% da produção, ao lado linhas de artigos de higiene pessoal (26,5%). Juntos, os dois setores responderam, em 2021, pelo uso de 51,9% do total produzido.
Os dados são do IEMI – Inteligência de Mercado, por meio do estudo sobre o Mercado Potencial de Nãotecidos e Tecidos Técnicos.
A pesquisa aponta que a produção de nãotecidos teve crescimento estimado em 4,4% em 2021, na comparação com o ano anterior, alcançando assim a marca de 333 mil toneladas. Por sua vez, os tecidos técnicos registraram aumento de 15% entre 2017 e 2021, atingindo a marca de 365 mil toneladas.
O polipropileno destaca-se como a principal matéria-prima utilizada nesse segmento, representando 42% da produção de nãotecidos e 68% dos tecidos técnicos.
Segmento em expansão
Há outros fatores que apontam o desempenho positivo na área. O número de unidades produtivas, por exemplo, cresceu, com um total de 185 fábricas em operação em 2021. Este número representa um aumento significativo de 5% em relação a 2017, indicando um melhor desempenho do setor.
Conheça os estudos IEMI para o mercado têxtil.
Em 2021, tanto o setor de nãotecidos quanto o de tecidos técnicos empregaram mais de 39 mil pessoas, revelando o potencial de geração de empregos de ambos. Apesar do recuo de 1% no número de funcionários entre 2017 e 2021, a tendência atual é de aumento da força de trabalho.
Em relação à distribuição da produção, aproximadamente 63% dos nãotecidos e 68% dos tecidos técnicos são direcionados para outros setores industriais, evidenciando a diversidade de usos desses materiais. Além disso, 9% do volume produzido de nãotecidos é destinado à exportação, demonstrando um potencial de inserção no mercado internacional.
Desempenho das vendas externas
Apesar dos números positivos em relação ao consumo, o segmento de nãotecidos apresentou déficit de US$ 150 milhões na balança comercial em 2021, enquanto os tecidos técnicos registraram um déficit de US$ 219 milhões.
Embora haja um desafio, o crescimento da produção e o aumento do número de fábricas indicam que os setores de nãotecidos e tecidos técnicos tendem a manter o comportamento de expansão.
Para obter mais dados sobre os dois segmentos, acesse o estudo sobre o Mercado Potencial de Nãotecidos e Tecidos Técnicos e o site iemi.com.br/textil