Trabalho Remoto Estimulou Vendas de Móveis Durante Pandemia

Trabalho Remoto Estimulou Vendas de Móveis Durante Pandemia

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Por Eleni Kronka

Jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.

Relativa estabilidade econômica e interesse pela valorização da casa como “novo” ambiente de trabalho durante a pandemia são fatores que puxaram para cima vendas do setor.

O varejo de móveis e colchões viveu momentos de aquecimento nos últimos cinco anos, com pico de vendas registrado em 2021, durante a pandemia da Covid-19. Com as atividades profissionais e de estudo realizadas remotamente, o consumidor passou a adequar a casa às necessidades da vida profissional.

Sobre este panorama, que para alguns consultores é tido como uma “bolha de consumo” no setor, o IEMI – Inteligência de Mercado realizou estudo detalhado. A pesquisa sobre Canais do Varejo de Móveis e Colchões aborda o desempenho dos canais de comercialização, considerando curva de preços e diferenças regionais, passando pela participação dos importados e o impacto do custo da mão de obra e investimentos no setor.

Em 2022, o varejo brasileiro de móveis e colchões movimentou 369 milhões de peças (não são considerados os móveis corporativos, vendidos diretamente a empresas). Neste sentido, o recuo foi da ordem de 11,1% sobre o ano anterior. Já os artigos importados responderam pela fatia de 2,8%, ou seja, 97,2% de tudo o que foi consumido no país, foi suprido pela indústria nacional.

O levantamento do IEMI mostra que quase 10% dos pontos de vendas especializados em móveis e colchões operam em 628 shopping centers. Os 90% restantes estão estabelecidos em lojas de rua.

Para o setor moveleiro, o canal de vendas mais importante, tanto em volume de peças como em faturamento, é aquele formado por lojas independentes. Para ambos os quesitos, são as lojas independentes que respondem por mais de 40% da movimentação do segmento.

Mas o crescimento mais notável está relacionado às lojas de departamento, que aumentam o metro quadrado de área em seus estabelecimentos para a venda de móveis e colchões.

O número de pontos de vendas chega a 48 mil, entre especializados e não especializados. Foram as lojas físicas que proporcionaram em 2022 um faturamento da ordem de R$ 98,1 bilhões.

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Conheça os estudos IEMI para o mercado de móveis e colchões.

Consumo concentrado

Abarcando todo o território nacional, a pesquisa do IEMI aponta que há tendência de concentração no que se refere ao consumo de móveis e colchões. Isto porque pouco mais de 12% dos municípios do país respondem por quase 80% da demanda potencial de móveis. Estas cidades abrigam quase 70% das lojas deste segmento.

Focado na valorização do ambiente doméstico, muitas vezes atento à adequação do local para a atividade profissional, escolar e ao próprio convívio em casa, o brasileiro investiu na compra de estofados, com mais de 30% de crescimento detectado para estas linhas. Interessou-se também por dormitórios e colchões que, separadamente, representaram perto de 40% dos negócios.

O maior potencial de compra para o setor está na região Sudeste, onde se concentram 41% dos pontos de venda do segmento. E o consumidor do grupo B/C de todo o país é quem responde pela maior parcela de aquisições.

Mais informações sobre este segmento de varejo estão disponíveis no Estudo dos Canais do Varejo de Móveis e Colchões 2022 e no site do IEMI (iemi.com.br/moveis).

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