A trégua do governo argentino, que desde o início do ano flexibilizara as licenças para importações de calçados brasileiros, chegou ao fim em julho. Conforme a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), há 40 dias iniciaram os problemas para liberação dos calçados verde-amarelos. Segundo a entidade, 346 mil pares, que representam mais de US$ 6,2 milhões, estão impedidos de entrar na Argentina no aguardo das licenças.
Conforme o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, os produtos foram impedidos de passar a fronteira por conta das Declarações Juradas de Antecipação das Importações (DJAIs), documento que funciona pela regra informal do “uno por uno”, mecanismo criado pelo governo argentino como garantia de investimentos locais e que prevê que para cada dólar importado se exporte outro dólar. “Mesmo que as restrições ocorram com menor intensidade do que outrora, é preocupante, pois já existia uma desaceleração daquele mercado”, avalia.
Queda
Até julho deste ano o Brasil exportou 3,5 milhões de pares para Argentina, 15% menos do que no mesmo período de 2012. A estimativa da Abicalçados é de que as exportações para os “hermanos” atinjam sete milhões de pares em 2013, valor 30% inferior ao registrado no ano passado. “Bem longe da nossa performance, que já foi de 20 milhões de pares”, lamenta Klein, ressaltando que a medida do governo argentino aparece, justamente, no momento em que a alta do dólar animava os exportadores de calçados.
Segundo Klein, muitos exportadores de calçados acabaram desistindo de trabalhar com a Argentina devido às imprevisibilidades do comércio bilateral. “O que é terrível para a indústria nacional, já que a Argentina é o nosso segundo principal mercado”, completa. Para o executivo, a nova onda de barreiras burocráticas é ainda mais prejudicial, pois acontece num momento crucial, em que é fundamental que a nova coleção de calçados brasileiros esteja nas vitrines para o Dia de las Madres. (Fonte: Abicalçados – 26/08/2013)
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