Por Eleni Kronka
Jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.
No sobe e desce registrado pelos mais diversos setores durante a pandemia, a indústria de artigos de cama, mesa, banho e linha decorativa desponta como uma das que apresenta menor recuo em seus números de produção.
A casa, que já vinha se transformando em local de trabalho, nos últimos três anos entrou de fato para a categoria home office. Juntamente com o novo status, a moradia transformada em espaço laboral mereceu atenção toda especial por parte dos consumidores. E, por tabela, dos fabricantes do setor.
O desempenho do segmento de moda casa está no novo relatório lançado pelo IEMI – Inteligência de Mercado. O Estudo Mercado Potencial de Cama, Mesa, Banho e Decorativos aborda cada um dos segmentos do setor – linhas cama e banho, artigos decorativos, linhas de copa e cozinha, e linha mesa.
Desempenho diferenciado em relação a outros setores
Os números vieram numa crescente até 2019, período pré-pandemia. Em 2020, quando a crise sanitária já tinha se instalado, o setor manteve a tendência de alta da produção, indo na contramão de outros segmentos, cuja produção e vendas caíram notavelmente.
A indústria fabricante destes artigos registrou um volume aproximado de 927,3 milhões de peças em 2018, número que subiu para 956 milhões em 2019.
A partir de 2020, ápice da pandemia, com lojas e fábricas fechadas, outros segmentos apresentaram queda importante na produção e vendas. Menos o da moda casa, que naquele ano atingiu uma produção de 971,7 milhões de peças, subindo ainda para 993,5 milhões de unidades em 2021. A redução veio em 2022, quando a produção caiu para 942 milhões de peças fabricadas. Mesmo assim, o número ficou apenas um pouco abaixo do registrado em 2019, momento pré-pandemia.
Conheça os estudos IEMI para o mercado de de linha lar.
Retrato da Moda Casa
O relatório do IEMI mostra que, em 2022, o setor de cama, mesa, banho e artigos decorativos registrou queda de 5,2% na produção em relação a 2021. Os artigos da linha banho foram os que registraram maior queda neste período, indo de 325,6 milhões de peças para 304,5 milhões de unidades, o que representa um decréscimo de 6,4%.
Mas, na comparação com 2018, a moda casa como um todo apresentou crescimento da ordem de 1,6%.
Em termos de faturamento, em 2022, as empresas fabricantes atingiram a marca de R$ 25,9 bilhões. Já as exportações ficaram na casa de US$ 57,7 milhões, e as importações ultrapassaram US$ 290 milhões.
O diretor do IEMI, Marcelo Prado, observa que o setor de moda casa apresentou queda moderada em seus índices, comparativamente a outros segmentos, ainda que tenha sofrido o impacto da inflação, altos juros e queda do poder aquisitivo do consumidor. “Mas a perspectiva não é muito diferente para 2023 e continuaremos acompanhando esta evolução da indústria e do mercado com novos estudos sobre o setor”, finaliza.
Para acompanhar de perto o desempenho do segmento, acesse o Estudo Mercado Potencial de Cama, Mesa, Banho e Decorativos e o site www.iemi.com.br/linha-lar.