O comércio varejista de vestuário está crescendo a cada dia e pode fechar o ano com alta de 9,6% em valores e 3,5% em volume de peças. É o que aponta os indicadores de “Varejo e Produção do Setor de Vestuário do Brasil”, elaborado pelo IEMI – Inteligência de Mercado.
“O comércio varejista de vestuário sempre registra um crescimento expressivo no fim do ano por conta do Natal. O consumo neste segmento tem sido represado nos últimos meses, mas mesmo assim, com as vendas de Natal, a tendência até o final do ano é de acumular crescimento em relação ao ano passado”, afirma Marcelo Prado, diretor do IEMI.
Apesar de a perspectiva ser positiva até o final do ano, o IEMI analisa 2013 como de dificuldades para o varejo por conta de fatores atemporais, entre eles as manifestações e as mobilizações sociais, e também devido às questões climáticas (dias frios e quentes fora de época) e à Copa das Confederações, com feriados nos dias dos jogos do Brasil. Esses fatores, de certa forma, adiaram a compra pelos consumidores e o escoamento do estoque de produtos dos varejistas.
“Pelos dados analisados até agora, o vendedor que se descuidar vai ficar sem mercadoria. Por conta dos acontecimentos deste ano, muitos varejistas adiaram suas compras para estoque e estão esperando o Natal chegar. Porém, é arriscado querer repor mercadorias em cima da hora, pois o risco de faltar produtos é muito grande”, comenta Prado.
Produção
O IEMI também analisou os dados da produção de vestuário. A redução na venda das roupas e o atraso no escoamento dos estoques levam a crer que a produção, em volumes de peças, feche o ano com queda de 0,8%. Em valores nominais, a expectativa é de que o setor produtivo finalize 2013 com alta de 4%.
Nota-se que do ano passado para este, o ritmo de queda na produção, em volumes, vem diminuindo. Em compensação, quando falamos em valores nominais, é possível já ver um aumento significativo.
“Esse aumento em valores deve-se a uma série de fatores, principalmente à matéria-prima, pois elas dependem dos produtos commodities e quando o valor deles aumenta, o preço sobe; à mão de obra, que varia de acordo com o salário-mínimo, pois o piso desses trabalhadores está bem próximo a ele; e ao poder de mercado, pois a maioria das confecções é pequena”, esclarece o diretor.
Ainda segundo o IEMI, esse crescimento em valores não significa maior lucratividade. “Quando começa a subir o custo de produção ele gera, naturalmente, uma perda de margem, uma vez que a elevada concorrência impede repasses proporcionais ao preço de venda ”, complementa Prado.
Consumo aparente, importação e exportação
O estudo mostra, também, a participação dos importados e dos exportados, uma projeção mais ampla de importação, exportação e consumo de vestuário.
Para este ano, a previsão é que o consumo aparente (resultado da soma da produção com a importação menos a exportação) apresente queda de 0,1%; a participação dos importados aumente para 11,4% do consumo interno; enquanto que as exportações devem se limitar a 0,4% da produção; que a importação feche 2013 com alta de 4,5% e a exportação com queda de 18,3%.
“A produção depende do varejo interno, se o varejo não puxa e ainda por cima, aumenta a participação dos importados em suas compras, a indústria local patina, já que a exportação é irrelevante”, finaliza o diretor. (DCI – 28/11/2013)
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